segunda-feira, 25 de julho de 2011

12

Uma decepção amorosa por mês
E se continuar assim, em breve,
Terei completado 12 nesse ano.
Doze!
Do que nao posso me esquecer
E que também a dor
Tem suas hipocrisias
E as minhas estão cheias delas.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Fracasso em cima de fracasso

O dia em que a gente percebe que discursos e atos nem sempre coexistem coerentemente na mesma pessoa a sensação é de fracasso.
- fracasso por crer no ser humano;
- fracasso por amar o ser humano;
- fracasso por se dedicar ao ser humano;
- fracasso por ter que levantar todos os dias da cama e ser obrigado a
continuar a vida como se nada tivesse acontecido.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Buscar.

Buscar não cansa. Buscar nao mata.


E em meio a todas essas coisas que eu nao gosto de fazer (como trabalhar e cumprimentar pessoas) mas que a vida me empurra para elas, procuro, nos minutos de folga, a minha cura nas coisas mais ridículas do mundo: no pote da Nutella, nos banhos de chuva em dias frios, num copo de café bem forte e até em cultos de igreja! Aliás, minha mania de entrar em igrejas para achar respostas está cada vez mais crônica. Semana passada "visitei" mais de 4 e o critério que tenho usado para minhas entradas "bruscas" - além de encontrar respostas para perguntas que eu nem conheço - é (1) estar passando na rua, (2) ouvir vozes e/ou cânticos, (3) encontrar a porta da igreja e (4) entrar. Exatamente nessa ordem. E nisso tenho visto coisas que, para a maioria, parecem as mais absurdas. Desde casamentos até expulsões de demônios. O pior de tudo: nada tem me causado estranheza, ao contrário, me parecem problemas fáceis de serem resolvidos. O casamento pode ser interrompido assim que os noivos decidirem que nao querem mais conviver juntos. A pessoa endemoniada ficará liberta assim que o Demônio sair de seu corpo.
Mas e quanto a mim?
Eu se quer sei o que eu tenho... E se quer sei se algum dia saberei...
O que fica?
- Ah! O de sempre oras! A sensação de que o limite já foi alcançado. O medo. O susto. A esquisita sensação de que o mundo está muito abafado e vai me sufocar até o dia em que o fim chegar. Fim este que parece estar cada vez mais longe.

O dia depois de amanhã

Você olha pra mim e os seus olhos denunciam:
Você diz que sou louco
Você diz que sou o errado
Você quer que eu me sinta mal
Na frente das pessoas


Quer que eu acredite na sua verdade inventada
E não no que eu sinto
Não sou mais aquele romântico
Cheio de amor puro
Como há 4 anos atrás
Não caio mais no seu joguinho maléfico


Não vai demorar muitos dias
Até que seus amigos percebam...
No dia em que vierem me pedir desculpas
Eu não estarei nem nessa cidade mais
Porque eu nasci para ser muito mais


Demorou, mas sua máscara caiu e se quebrou
E eu?
Eu não quero nem pisar mais no seus cacos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

SOBRE PEDIR O QUE NÃO É PARA NÓS

Esperava alguém. Esperava algo. Esperava o grande, aquilo que entraria na minha vida numa tarde de outono e me traria tudo o que a vida – ou os meus sentidos – nunca haviam me concedido. Diversas vezes me fiz de crente e, com muita fé, pedi para o destino trazê-lo assim que pudesse. Estava vestido de urgência, afinal tudo em mim dependia de sua chegada. Passaram-se anos e não veio. Busquei, então, algo que pudesse suprir meus dias enquanto ele se preparava para vir. O resultado dessas buscas paliativas foi derradeiro para o pouco que eu era sem ele. 

Mergulhei em trevas de tristeza e ouvi gritos mudos iguais àqueles que ouvimos em cerimoniais fúnebres. Lembro-me que, quando criança, na capela do bairro em que morava, o velório de uma senhora que havia tirado a própria vida com uma cordinha de estender roupa, produzia aos que se despediam de seu corpo enrugado e de um azul quase roxo e com olhos que, apesar de fechados, sabia-se que seus globos oculares estavam querendo saltar do lugar onde se encontravam, um sentido que não era desse mundo. Moribundo e consciente do estado de podridão; o frio noturno de uma montanha deserta; o desejo de correr quando preso a um corpo sem movimento: situações que, nem de longe, poderiam se igualar à angústia e à agonia que se sabia, pelos sentidos, existir naquela capela. Um ser de poder como o Sol, se colocado em meio àquela escuridão compartilhada, não devolveria vida, se quer, à poeira solta pelos calçados de quem ali se prendeu. 

Eram meus dias verdadeiros choques fúnebres quando minhas percepções concordaram que ele poderia não vir. Meus finais de tarde se tornaram outonos tristes. Nevoeiros na escuridão gélida de uma madrugada me chamavam para si tal como as terríveis forças do inferno atraem àqueles que queimarão na eternidade suas almas. Desiludido e sem a força vital chamada esperança pensei que em meu ser todo o inferno afinal entraria. Horror, forçado, empurrado, achatado. Suficientemente sem forças fui levado ao buraco negro da vida que, nessa fase,  havia se tornado muitas coisas, menos algo que pudesse se aproximar do que se entende por vida – era, portanto, um buraco mais de morte do que de vida. 

Bloco negro. Dor de morte. Tormeto. Desespero. Tremia ao pensar que um dia teria que abrir a porta de minha casa e ver a claridade do dia. Estava apodrecido em cima de minha cama. Fedia. Comi restos de cigarros e talvez de vermes que se criavam na sujeira amontoada nos cantos de minha escuridão de alma e do ambiente onde estava. Não sei se dormia e tinha pesadelos ou se havia me tornado um pesadelo. Quem sabe uma forca feita de cordinha de estender roupa pudesse acalmar-me? Já estava num caixão, já estava coberto de um azul quase roxo. Os choques fúnebres já não aconteciam com pausas mórbidas de silêncio, eram contínuos. Era um espírito enlouquecido e esquecido até mesmo por si próprio. Golpeado na morte pelo sentido da morte numa morte que insistia em não encontrar o fim para o seu sofrimento. Já queimava no inferno e tinha sangue escorrendo no rosto suado pelas fogueiras de Satanás. Sentia ser como aqueles que, por terem vidas tortas, encontraram na eternidade o pior dos castigos e, ao lado do Diabo, permanecem para sempre. 

Não havia força para uma ação. Não havia força para desafundar do crepúsculo da alma onde estava. Havia pesos e absurdos que me prendiam fortemente ao ponto onde estava. Meus outonos de espera trataram de, nalgum ponto do Universo, pregar meu caixão. Era ali que estava. Preso numa tumba especialmente elaborada para findar-me sem admitir reação. Lembrei de meu problema no princípio: esperava a chegada dele. No lugar onde agora estou já não sei mais o que esperar.  estava na eternidade e os rumores cobertos de escuridão diziam-me que essa eternidade era a mesma daqueles que haviam tido vidas tortas. O Diabo ria de minha desgraça. Permanecia então apenas a dor que já não matava nem destruía. Era secular e mais terrível que a incapacidade de não poder intervir na própria existência para dissipa-la. Pensei então que se pode dissipar uma cordinha de estender roupa com uma faca. No entanto, no que eu era não havia o que dissipar, mas sentia que meu interior continuava, como que forçado a uma reação em cadeia, a aumentar a dor. Não havia fim e nem a possibilidade do regresso.  

Perdi meu entardecer esperançoso e minha ânsia era, portanto, de morte em vida e tão forte quanto à morte morrida. 

“... e ainda que o trem se mova tu nao te mover de ti"


Outubro/2008

Do alto, a queda é sempre maior.

Nós dois sentados no balanço estávamos lindos. O vento nos deixava felizes e nada mais importava. Fomos longe. Chegamos num ponto em que dali para frente ou seríamos apenas um, ou destruiríamos um ao outro. Optamos pelo seu apartamento quebrado e pelo meu rosto ensanguentado. Descobrimos mais: o que no passado parecia um presente promissor jamais teria um futuro como sonhávamos. Nunca chegamos a nos conhecer. Admirei em você pequenas frases, gestos sutis. Você admirou em mim pequenas frases, gestos sutis. Fui levado pelo medo que eu sentia de te conhecer. Você foi levado pelo medo que sentia de me conhecer. Fomos idiotas ao tirar conclusões a partir de superficialidades sem arriscar. Em certa altura do balanço, num desses segundos que mudam o resto da vida de uma pessoa, nos olhamos e nos descobrimos. Não éramos tão bons quanto parecíamos. A queda foi dura. O estrago maior ainda. De repente o que parecia bonito, ao ser analisado com profundidade, era obscuro e causava medo.  Não poderíamos jamais nos tornar a mesma coisa; ser um. Éramos grandes em nossos egos e ninguém estava disposto a mudar.
Hoje, depois de saber que chegamos ao limite (e que ele é horrível), sei que odiamos as misérias um do outro mais que tudo.
Lembrei de uma frase que decorei há pelo menos 8 anos atrás. Sempre gostei dela. Hoje ela se encaixa no nosso fim:
“Nós, seremos humanos, não ferimos àqueles que nos são indiferentes. Mas sim àqueles que sacodem as fibras mais íntimas do nosso coração”.
Ao menos, na turbulência, ultrapassamos a barreira do superficial. Não foi para o bem, mas ultrapassamos.

1º Post

Pelos meus cálculos esse é o 33º ou 34º blog que eu crio. Geralmente eles nao duram muito. Um dia, sem mais nem menos, eu acabo deletando. 
Ah! Os blogs "surgem" na minha vida toda vez que penso ter entrado numa fase nova da minha vida, aí vejo neles uma maneira de contar isso para todos e lembrar - a mim mesmo - que a vida precisa seguir, estando eu bem da cabeça ou nao. Veremos...