tag:blogger.com,1999:blog-86538109708050794092024-03-19T03:32:20.834-07:00Amor & LobotomiaAquilo que nos fere é aquilo que nos cura.Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.comBlogger38125tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-82175033649802227632012-08-19T18:12:00.001-07:002012-08-19T18:12:02.614-07:00Despertar.<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">"A solidão de quem desperta</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">A solidão que se sente quando os olhos se abrem para o que se esconde por detrás do mundo é uma condição natural da pessoa desperta. Percebe-se que não se pertence mais àquele mundo de outrora que persiste em permanecer adoentado, assim como a pessoa fora também.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">O mundo é um grande hospício e você fazia parte dos adoentados. Quando despertou, percebeu que não estava </span><br />
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
mais doente, todavia ainda preso ao hospício do mundo, cercado por tantas pessoas vivendo uma ilusão coletiva. Nasceu então o sentimento de se estar vivendo num aquário.<br /><br />A princípio o corpo é tomado de uma empolgação abrasadora e surge a vontade de dizer a todos os loucos do hospício que o mundo não é aquilo, que há mais coisas lá fora, que estão controlando a todos, que os personagens que representam não são verdadeiros, que cada um é mais do que aparenta ser... Mas ninguém lhe dá ouvidos.<br /><br />Percebendo então que os esforços de acordá-los para a realidade são inúteis, a tristeza o acomete. A solidão então lhe abraça de tal forma que beira ao desespero. Você não pertence mais àquele hospício, porém não pode sair de lá sozinho. Para escapar há apenas duas opções: morto ou através da união de todos os internos. E ao pensar nisso, você se irrita como fazia antes de acordar. Irrita-se, pois não quer mais viver neste lugar de loucos, mas depende destes para sair.<br /><br />Os loucos passaram a olhá-lo de maneira estranha, pois você se deslocou do mundo deles, parecendo diferente, esquisito, louco (a loucura do louco é a sanidade alheia). Mas ao vê-lo com tanta irritação, logo percebem que você ainda é o mesmo, ainda pertence ao grupo, ainda é refém de si próprio.<br /><br />E você, em toda a sua angústia, se pergunta:<br /><br />- Como posso continuar vivendo neste lugar, cercado dessa gente toda que não sabe o que está acontecendo? Como posso suportar?<br /><br />Você tinha vozes na sua cabeça antigamente. Vozes que o instigavam, o irritavam, o assustavam, o castigavam e o insultavam. Ao despertar, você abriu um novo canal para uma voz que não vem da cabeça, mas do coração. Essa voz é o que você realmente é, e ela sempre lhe diz o que é mais correto a se fazer. Todavia, por ficar ainda querendo respostas prontas, você nunca conseguiu ouvi-la.<br /><br />Se prestasse atenção ela diria algo mais ou menos assim:<br /><br />- Não tenha mais medo. Você conhece a verdade, então por que ainda teme? Por que ainda sente raiva e frustração? Por que ainda mantém os velhos vícios mentais? Agora que você sabe uma parte da verdade é tempo de pôr em prática a sua sanidade real, a sua consciência verdadeira.<br /><br />Os loucos são seus irmãos, iguais a você, por isso não os despreze, não os julgue, não os odeie. Assim como ocorria com você, eles não sabem o que fazem. Estão adoentados, portanto não aprendem de maneira direta. Eles aprendem através do exemplo, e se vier junto de atitudes amorosas, aprenderão ainda mais rápido. E é isso que você deve fazer: servir de exemplo.<br /><br />Não queira abraçar todos ao mesmo tempo, você é somente um. Faça pequenas coisas e não se preocupe com mais nada senão consigo mesmo. Você despertou, mas ainda mantém vários resquícios da doença de outrora, e isso sim precisa ser trabalhado. Concentre-se nisso, pois é o que mais importa. Uma vez melhorando a si mesmo, aos poucos os outros irão espelhar-se, pois a verdade sempre faz sentido, não importa o nível de loucura.<br /><br />Então, ouvindo essa voz que vem do seu âmago, você compreenderá que não precisa lutar, não precisa forçar, não precisa se desesperar. Você está cercado de adoentados, portanto aprenda a conviver com eles de forma amorosa e desprendida. Não precisa fingir nada, mas também não precisa impor nada.<br /><br />Apenas seja o melhor que puder ser e compartilhe isso com as outras pessoas."</div>
Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-31035268617765952842012-08-19T18:11:00.002-07:002012-08-19T18:11:30.329-07:00Cartas de Amor - Maria Bethânia<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Todas as cartas de amor são Ridículas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Também escrevi em meu tempo cartas de amor, <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Como as outras, Ridículas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As cartas de amor, se há amor, <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Têm de ser Ridículas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quem me dera no tempo em que escrevia <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor,
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É que são Ridículas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Porém não tive coragem de abrir a mensagem<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque, na incerteza, eu meditava<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quanta verdade tristonha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ou mentira risonha uma carta nos traz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Para não sofrer mais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quanto a mim o amor passou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu só lhe peço que não faça como gente vulgar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E não me volte a cara quando passa por si<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fiquemos um perante o outro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Como dois conhecidos desde a infância<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que se amaram um pouco quando meninos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Embora na vida adulta sigam outras afeições<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Conserva-nos, caminho da alma, a memória de seu amor antigo
e inútil<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-43358779194730837702012-08-15T19:45:00.000-07:002012-08-15T19:45:38.824-07:00É uma arte, mas é preciso cuidado.<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Outro dia eu tive um sonho. Daqueles que altera nossa rotina para melhor. Estava dormindo e uma voz em meio há uma grama verde e pássaros me disse:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">- AME, AME, AME.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Quando dei por mim estava debruçado sobre a janela do meu quarto olhando para as estrelas. Nesse momento tive certeza: algo tinha sido alterado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Passei a ver brotar em mim o desejo da esperança. Forças começaram a me intimidar. Energias começaram a me seduzir. Já sei onde piso, já sei onde ir. Já distingo o que quero do que não preciso.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Minha crise dos 25 foi aos 23. Um passo a frente!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">O bom de sentir-se mais velho? É o prazer de saber das coisas. Lido melhor o que sinto e com o meu 6º sentido. Sinto a presença da paz de Deus (?) ao meu redor. E quando meu 6º sentido “apita loucamente” e eu não entendo, sei que mais alguns passos a frente tudo se desenhará para meu entendimento e compreensão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Meus caminhos me levarão para onde quero estar. Minha sorte se renova a cada dia e sei que preciso de tempo para mim. Imponho-me diante desse mundo monstruoso e, mesmo em meio as pedras, sei que pode ser proveitoso viver. E vivo e vivo e vivo. Vivo do meu jeito. Daquele jeito que a linha mestra da vida é o sentir e sinto e sinto e sinto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Amo, vivo e sinto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">A noite, os deuses e o vento batendo nas árvores, me inspiram e me despertam: estou vivo e posso sentir mais do que nunca!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-27660881606076328362012-04-17T10:37:00.001-07:002012-04-17T10:40:14.477-07:00Num momento em que não se pode achar que nada mais vale a pena<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLlJqr5E3uPJBFQPPCIkZgRBg4ZHGz2Z4w6guOit-xmYhkCBeiX4iZCCTk1xDPSrK7vBBjjm2LV2RMbfCFUn54-LphiB0htSg8dJXG2d5x5mKeAVT4wEQA52n41_YiGCKG2RbCJ-mH4f2S/s1600/DSC00076.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLlJqr5E3uPJBFQPPCIkZgRBg4ZHGz2Z4w6guOit-xmYhkCBeiX4iZCCTk1xDPSrK7vBBjjm2LV2RMbfCFUn54-LphiB0htSg8dJXG2d5x5mKeAVT4wEQA52n41_YiGCKG2RbCJ-mH4f2S/s320/DSC00076.JPG" width="320" /></a><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">V<span style="font-size: 12pt;">ai chegar um dia em que não vamos mais ter olhos tão famintos de vida para acordar todas as manhãs.</span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Chegará uma manhã de inverno e não conseguiremos mais levantar da cama pelo medo do frio e de tudo mais que virá depois dele.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Os finais de tarde, com o Sol se pondo no horizonte, será a sua morte, porque já terão se ido todas as suas forças para apreciar o que é Belo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">No seu quarto começarão acumular-se plásticos, resto de cigarro e ratos. Todos ao redor do seu colchão velho jogado no chão, seu local de descanso e sossego.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Acreditarás em Deus, mitos, seitas que proferem a paz. Todas dizendo que o mundo é lindo se você acreditar que ele é lindo. Desisti. Não consigo acreditar nessas coisas, confio nelas por um tempo, mas depois me canso, me irrito, jogo-as na parede.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Se a vida rasga nessas terras onde brotam os depressores, outros solos me acolherão.<o:p></o:p></span></div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-86406058658701971222012-01-29T18:09:00.000-08:002012-01-29T18:09:14.990-08:00Um Caio F. para encerrar esse domingo.Uma conclusão em um domingo que, ao que tudo indica, é o primeiro da fase neodecadente que se inicia em minha vida.<div><div class="MsoNormal">"preciso sim, preciso tanto de alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser ao conjunto teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus"<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Caio F. Abreu</div></div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-65835265236255702922012-01-21T19:54:00.001-08:002012-02-14T10:29:48.045-08:00Sábado.<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sábado. 17h46. Fones no ouvido. Sensação de ausência e vontade de fumar. O horóscopo previa para o dia de hoje “um encontro com alguém especial, pois sua Vênus transita não sei aonde”. Palhaçada! Escuto Mozart e sinto como se houvesse uma tempestade acontecendo lá fora e outra aqui dentro, ambas me causam uma forte vontade de gritar timidamente as coisas de dentro e de fora. Deveria haver uma ruptura aqui, mas de que? Deveria haver algo aqui, mas o que? São perguntas que eu não sei responder. Mas estou certo que este sábado está quente, está chato, as coisas estão ruins por todo lugar que se olhe, não há o que admirar, não há o que cumprimentar e nem o que amar. Há uma tempestade corrosiva a tomar conta das almas e das paredes. Não sei de onde vem e não sei sobre seu fim. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É um sábado daqueles feitos pra gente misturar muita angústia com muito café. Pensei em cortar o meu cabelo ou aparar os pêlos dos meus gatos, romper com a ordem natural das coisas mesmo que fosse apenas aos meus cabelos ou aos pêlos deles... Em seguida acreditei que caminhar me ajudaria então abri a janela para ver como estavam as coisas lá fora e a tal tempestade que eu apenas sentia existir estava nítida em minha frente. Muros, árvores, pessoas, gramíneas... Tudo o que eu via estava derretendo e se tornando um líquido acinzentado e corrosivo e quanto mais derretia mais corroía o que encontrava pelo caminho. Ruas, prédios tudo se transformava em lama vulcânica acinzentada e vinha em minha direção como se quisesse destruir o pouco que eu era naquela tarde maldita. Tudo aquilo me assustou, me intimidou imensamente e fechei a janela para nunca mais abri-la novamente.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Pensei se santo daime ou algumas gramas de pó poderiam resolver alguma coisa... Nada! Não há cura para essa lama acinzentada e corrosiva, não há! Não há porque não se sabe a procedência ou as causas. Poderia se pensar que a própria vida tivesse se cansado de tudo e se transformado na tal lama, mas estava claro que ali não havia vida há anos, pois não havia sonhos e nem esperança, requisitos mínimos para que a vida possa pulsar em qualquer fragmento atômico escondido no pé de uma formiga ou de uma joaninha qualquer.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E dentro de toda essa loucura de lama, cinza, átomos e vulcões duas palavrinhas não saíam da minha cabeça. Palavras que, se unidas, atormentam e mutilam qualquer existência: “E” e “SE”. Não há no alfabeto desses dias quentes de sábado nada capaz de me atormentar mais que essas duas palavras juntas. São pequenas e parecem bobas, indefesas, solitárias e sem muita força – aparente. E se... E se! E se? E se... Tantas coisas já mortas passaram por E SE hoje. Incontáveis dias, incontáveis desoportunidades, incontáveis pessoas, incontáveis diálogos, incontáveis cores, incontáveis, incontáveis, incontáveis.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tormento!</span></div><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Volto meu pensamento para o instante presente. Lacrimosa Dies Illa parece criar bolhas de castigo no ar do quarto abafado e com cheiro de cigarros vencidos. Deixei-o escuro, aliás, deixei tudo a minha volta no escuro desde a hora em que levantei da cama. Fiz questão de não saber onde eu acabava e nem onde começava dentro dos espaços dessa jaula. E foi nisso que me movimentei - verdade é que o calor no escuro, se misturado com uma parcela que seja de angústia, é capaz de matar uma pessoa fragilizada de frio... Estou forte em meus medos. Estou sim. E agora, assim de súbito no caos, olhei para um dos cantos escuros... Uma bíblia que ganhei de aniversário de minha mãe. Por onde andaria Deus nessas horas? Farto estou de loucura e perguntas. Quero a claridade.</span></span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-68639804084258827972012-01-21T19:52:00.000-08:002012-01-21T19:57:00.558-08:00Janeiro/2012<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7mY1ZNjwsFEgHJeE78R6CFdfR56Lrs2eTBpN7B5-FHGFIntmmn0-XpCq4Bsr3AbAcdA3BDtlxjOA757FVTf-hcWZzXGPoL-wW44QcwvJs7ZN4yBfPKDwovJTljeCXGYOaBAY17DOjmTCb/s1600/2012-01-03+18.46.55.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7mY1ZNjwsFEgHJeE78R6CFdfR56Lrs2eTBpN7B5-FHGFIntmmn0-XpCq4Bsr3AbAcdA3BDtlxjOA757FVTf-hcWZzXGPoL-wW44QcwvJs7ZN4yBfPKDwovJTljeCXGYOaBAY17DOjmTCb/s400/2012-01-03+18.46.55.jpg" width="400" /></a></div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-1481962248039724862011-11-25T10:00:00.000-08:002011-11-25T10:00:42.994-08:00Um Pessoa para embelezar a vida<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Eu não possuo o meu corpo - como posso eu possuir com ele? Eu não possuo a minha alma - como posso possuir com ela? Não compreendo o meu espírito - como através dele compreender?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não possuímos nem o corpo nem uma verdade - nem sequer uma ilusão. Somos fantasmas de mentiras, sombras de ilusões, e a nossa vida é oca por fora e por dentro.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Conhece alguém as fronteiras à sua alma, para que possa dizer - eu sou eu?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Mas sei que o que eu sinto, sinto-o eu.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Quando outrem possui esse corpo, possui nele o mesmo que eu? Não. Possui outra sensação.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Possuímos nós alguma coisa? Se nós não sabemos o que somos, como sabemos nós o que possuímos?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">PESSOA, Fernando, "O Livro do Desassossego".</span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-18362578257963698882011-11-18T18:21:00.000-08:002011-11-18T18:21:19.595-08:00Sem fantasmas<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sentiu-se sozinho. Sempre soube sobre seu estado de solidão. Era um estado de espírito consciente. Contudo, contava com seus fantasmas costumeiros. Porém naquela noite sabia mais do que nunca que estava sozinho. </span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ouvia latejos do silêncio pularem das paredes de madeira que o cercavam acertarem em cheio suas extremidades e sua alma. Seus fantasmas o haviam abandonado. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Pensou se poderia mudar o frio que o envolvia: telefone, email, cartas, filmes. Não conseguia alcançar nada disso para senti-los. Disse para si mesmo:</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">- Que minh'alma nao durma por completo. Teve, pela primeira vez em vida, o temor da morte. Buscou ressuscitar o pouco que notava e acreditava ainda existir. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Em vão. Tudo em vão.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Amou muitas vezes.Ouvira, ao longo dos anos, os melhores conselhos dos melhores amigos. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Ame sempre e não perca a esperança de ser feliz", dizia-lhe um amigo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Não se permita desacreditar num mundo de paz e plenitude", ensinava-lhe outro.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Acreditou no bem, na paz, na justiça. Sabia que seu ser era feito para o bem, para acreditar na vida com entusiasmo e esperança. Doou-se aos sentimentos nobres de coração.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Escreveu cartas de amor e amou muito. Amou seus amigos, seus irmãos, a vida, os fins de tarde, os inícios dos dias, o Sol. Foi um ser de luz que transcendeu.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Arrancaram-lhe pedaços.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Desafiaram sua fé em Deus.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Derrubaram-no ao chão.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Levantou.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas levantou tantas vezes...</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Voltou a acreditar.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Voltou a crer nos melhores conselhos.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O tempo começou a diminuir os dias e encurtou o brilho do Sol.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Jogou-se sobre o bruto concreto dos dias cinzas e passageiros.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A míngua começou dilacerar-lhe.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Fechou-se.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Provou da realidade feia do mundo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E o que restou-lhe de tudo isso?</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O choro inconformado transfigurado na magreza, nas profundas olheiras e no amarelo pálido que lhe tingia toda a pele.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Estava só e sentia medo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Medo de tudo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Medo de todos.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Medo do que a vida tinha lhe mostrado e lhe arrebentado.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Estava só.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tinham-lhe duramente cortado os galhos verdes.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sombrio e sem fantasmas deitou-se na cama.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E o barulho da queda nao o despertou.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Atritou contra o colchão apodrecido.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sentiu o apodrecimento ao seu redor e </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">percebeu que as lágrimas também já lhe eram companheiras.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Pôs-se ao nada.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E sozinho permaneceu.</span></div><div><br />
</div><div> </div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-68011894139220087472011-11-07T18:42:00.000-08:002011-11-07T18:42:17.476-08:00Que não me falte o delicado essencial<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: 18px;">Há menos de 48h de completar 24 anos estou em meu quarto e sinto. Sinto tanto como me é de costume com o acréscimo de que excepcionalmente hoje</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: 18px;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: 18px;">decidi deixar-me sentir, mas sem limites, regras e temores. Há menos de uma hora sonhei com uma antiga colega do colegial que vi passar na rua 3h mais cedo. Acenei para ela.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Dos meus sonhos fui para tantos lugares, de cima desse colchão barato com cinza de cigarro e vômito de absinto, dos tempos em que fumava e bebia, senti em vidas que são apenas minhas coisas das quais não quero esquecer jamais e menos ainda contá-las. Penso que nesses dias em que me sinto sentindo de verdade me fecho e não quero que saibam nada sobre mim. Não conto. Não saio de casa. Fecho meus olhos e vou para esse oceano brilhante e azul que existe dentro de mim. O sono durou pouco mas estive em muitos lugares e quando acordei decidi continuar a navegar nesse oceano do espírito que somos todos nós em essência.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Incensos, rituais xamânicos, danças difusas e longínquas dentro do que sinto. O Sebastian não deixou barato. Estamos tão ligados que ele dormiu comigo e quando acordamos sentou-se na janela e ficou admirando a Lua cheia e os grunhidos da noite. Ele é tão perceptivo que ás vezes até me assusto. Deve estar há anos luz de muitos outros seres. Abracei-o tantas vezes na janela que já perdi as contas. Estou feliz. Daquela felicidade que preciso prender a respiração para não chorar sempre que encontro um conhecido na rua e dou-lhe um abraço. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Estou me preparando para daqui a 48h quando estarei na casa de minha mãe com as pessoas que mais amo e que estão mais fáceis de serem abraçadas daqui a 48h.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Meditei depois de acordar. E ao entrar no meu <i>oceano interior</i> percebi que ele se transfigurava no mundo, nesse mar de sentidos e verdes que é o mundo de todos nós. Estive em mim mas estive em todos. Estive em tudo. Senti tudo. O bem, a paz, o amor, a misericórdia, o perdão e a gratidão estiveram comigo. Agarro-me no que me fortalece, faço minha essência – a que julgo ter – progredir. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Sou forte e posso ajudar. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Sou sozinho mas estou em tudo o que amo. E amo tudo o que posso sentir e tocar. Profundo é tudo aquilo que sentimos e tocamos com o oceano que somos.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Transbordar nisso é exercer o poder de sentir que há um Deus ou que eles são muitos e estão todos aqui dentro, dentro de mim e de tudo. Planar. Voar, subir, adentrar. São muitas as portas do bem e para elas é bom rumar sempre que pudermos.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">A noite, o verde, os assovios desvairados. Os deuses, o amor, o azul, a consciência de um estado de espírito maior que tudo o que vemos. Milhões de seres, formas e ventos. Tudo aqui lindamente guardadinho. Como posso eu não tocar no que sou?<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Esqueço do que nao sou mas sei que sou tudo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Estabeleço com todas essas coisas uma junção com minha alma, meus amigos, meus amores e essa coisa incrível que chamamos de vida, de Ser. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Ser para Ser. Ser para Ser mais, Ser para se permitir nas profundezas da alma do Ser.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Uma luz sobe acima de minha cabeça. Estou acordado. Posso vê-la. Me traz ainda mais paz interior e multiplica minha fé nesse dom que é o Sentir com o espírito. Algo lindo se manisfesta aqui. Sai do que sou, do meu sentir. Há, também, um estranho, tímido e bonito calor em tudo o que me cerca. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: 18px;">É bonito e se mostra como uma extensão do que sonhei, vi e vivi.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Ovelhas, pássaros, pessoas. Tudo está aqui comigo e com essa vastidão de luz que todos trazemos dentro do que somos. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Senti e sinto.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Não quero descrever nada.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Quero apenas sentir.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Que não me falte o delicado essencial. Que não me falte o eu.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Começa ventar e já não sei mais onde estão os limites do meu eu e nem dessas partículas e átomos que são o mundo e as coisas. Estou nisso e isso está em mim.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Sou tudo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Sou completo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Pelo sentir eu sou.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><o:p></o:p></span></span></div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-31277745333472585532011-10-29T21:44:00.000-07:002011-10-29T21:48:32.468-07:00Fragmento 6 in Livro do Desassossego<div class="MsoNormal"></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18px;"><b style="background-color: black;">6.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">"Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior."<o:p></o:p></b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;"><br />
</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">---</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;"><br />
</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh4zbQZqnahJeQXweiEAHkEHr-zdi8TrTh_lilTfM6cB6J2J3X1KiIfo8jGK0RhNGpqix3iPlQYOBpeRBU7xhP_M7EzYYpM-cQXJKIyV78TkyQ631vuSTNYOEFUSNlN7lsDCKyPohx4X6Y/s1600/2011-10-27+23.35.37.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh4zbQZqnahJeQXweiEAHkEHr-zdi8TrTh_lilTfM6cB6J2J3X1KiIfo8jGK0RhNGpqix3iPlQYOBpeRBU7xhP_M7EzYYpM-cQXJKIyV78TkyQ631vuSTNYOEFUSNlN7lsDCKyPohx4X6Y/s320/2011-10-27+23.35.37.jpg" width="320" /></span></a></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Viver maior.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Sábado a noite em casa</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">e como se alguma coisa estivesse presa em minha garganta ou presa em minha vida.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Seja lá o que for isso está querendo sair, saltar para fora do que sou.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Ou do que penso que sou.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Não sei quem sou,</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">ou melhor, às vezes até o sei,</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">e sei pelas coisas que estão presas em mim</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">e querendo explodir,</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">seguro-as.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">São a única forma de me conhecer.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Engana-se quem pensa que isso é pouco.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Restos, fiapos, gritos abafados,</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Dores guardadas,</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Sentimentos que querem saltar para fora.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">São eles que nos fazem sentir gente,</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">sentir vida.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Não por eles, pelos sentimentos tristes,</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">jamais saberia sobre qualquer parte do que sou.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;">Ou, possivelmente, do que penso que sou.</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b style="background-color: black;"><br />
</b></span></div><div style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial;"><br />
</span></div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-31258615364145759702011-09-16T13:26:00.000-07:002011-09-16T13:33:23.609-07:00Derrocado<span class="Apple-style-span" style="background-color: red;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>E sentado aqui, no meio do nada, subo meus olhos para cima: vejo o céu azul e imenso. </b></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Analiso ele debaixo, ele me olha de cima.</b></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Sinto o seu cheiro em cada movimento que minha mente prevê para os próximos segundos - principio a sentir a nossa febre... mas esta desapareceu.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Não estou sozinho. Tenho muito de você em todo o meu Ser e me questiono em muitos instantes qual é a minha dimensão exata. Não sei onde começo e nem onde termino.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Você em mim. </b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Sou mais que eu era e não sei minhas medidas.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Perdi-as como se perde objetos.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Estou tonto. A claridade desse azul me atormenta.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Levantar do chão requer a mínima noção do espaço que ocupo.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Não sei minhas medidas.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>E a cada dia se torna mais impossível o "levantar-me".</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Não existem apoios seguros.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Quero tocar o céu. Quero que esse azul, mesmo angustiante, possa me ajudar.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Não o alcanço, estou longe.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Longe de todos.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Você nao chegará. Não me levantarei.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Que caminho é esse?</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Não é um caminho, penso.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>És do mundo. Sou seu.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Não estás comigo.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Não tenho nada.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Mas conto ainda com o azul, mas imagino que logo ele desaparecerá dando lugar a escuridão da noite.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Temo pelo que possa acontecer. Quero ter a sorte de contar com as estrelas.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Me contaram outro dia que elas aparecem no céu todas as noites.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Sou temeroso. Não conheço a noite, apenas o que me contaram sobre ela.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Há, portanto, em mim, a esperança de poder contar com as estrelas.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Aqui, espero a noite.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Imóvel debaixo do azul.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>Imóvel no chão.</b></span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-32630472229290417612011-09-15T10:58:00.000-07:002011-09-15T10:59:45.027-07:00Para você...<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Deixo você pro seu drink esquentar</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Meio álcool, meio água, meio gelo que já derreteu</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Deixo a canção pro cigarro engasgar</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">E a minha lembrança estar</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Deixo você pra quem quiser ser teu</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pra amantes desbotados que não ardem como eu</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Deixo tua cama quente pro teu sexo triste</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pra que nunca esqueças</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que de mim restou</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vestido pelo chão</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Enquanto te embriagas entre uma ilusão e outra</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas sei quando vem esse sol despertar tua manhã ao meio dia</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tua ressaca tem o gosto da minha boca</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"></span></b><br />
<b><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ressaca</span></b></b><br />
<b><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Filipe Catto</span></b></b><br />
<div><b><b><br />
</b></b></div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-81607266246505791492011-09-15T06:13:00.000-07:002011-09-15T06:13:38.915-07:00Doce Caio - Quase novembro, a ventania de primavera levando para longe os últimos maus espíritos do inverno<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Ter que atravessar os gelos de julho para chegar despedaçado em agosto e, a partir de setembro, tentar reunir os cacos outra vez. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve.</span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-52410446773497642662011-09-14T14:20:00.000-07:002011-09-14T14:32:19.610-07:0013 set 2011<i><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Hoje é um dia especial. Meu grande amor está de aniversário, escrevi-lhe uma carta noturna para lembrar-lhe o quanto é especial na minha vida e, assim que o dia nasceu, peguei meu iPAD e fui para a janela. Queria fotografar o dia surgindo no horizonte e depois mandar-lhe para que pudesse perceber o presente que os Céus estavam a enviar-lhe.</span></b></i><br />
<i><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O Sebastian, COMO SEMPRE se meteu no meio... </span></b></i><br />
<i><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E não é que a foto ficou legal? Não queria postar porque não está TÃO boa assim e eu como fotógrafo sempre deixei <strike>muito</strike> a desejar - sinal de que, pelo menos, sei o que é uma foto boa.</span></b></i><br />
<i><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Enfim...</span></b></i><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKJiXDgkWfd52VKnhAKyGUQ2Vh6bov8_kNznYwOfXyg0NZmp-dNrGiyRJUpNr01QZnGv6mo44FXw1w9BF8d6GzUUPt2sRRb_L3HN7yQvuK5nd8kaTJrXaUL2XwY62S4k4ajGFglO31N03A/s1600/2011-09-13+07.00.18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKJiXDgkWfd52VKnhAKyGUQ2Vh6bov8_kNznYwOfXyg0NZmp-dNrGiyRJUpNr01QZnGv6mo44FXw1w9BF8d6GzUUPt2sRRb_L3HN7yQvuK5nd8kaTJrXaUL2XwY62S4k4ajGFglO31N03A/s400/2011-09-13+07.00.18.jpg" width="400" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><br />
</span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-13365265453243689262011-09-14T13:26:00.000-07:002011-09-14T13:48:13.575-07:00Malditas tardes de verão<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b></b></span><br />
<div style="display: inline !important;"><b style="background-color: red;">Não tenho muitas lembranças alegres da minha adolescência, mas certamente, nessa fase da minha vida, não houve nada mais triste que os fins de tarde no verão.</b></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>Eu nao sei explicar. Contudo, lembro que eu sentava na frente da minha casa e ali permanecia até o anoitecer olhando para a rua. Era uma espécie de ritual: chegava da escola as 17h15, largava meus livros, comia alguma coisa, vestia uma roupa "fresca" - ou nao tão fresca assim porque nessa época eu nao usava camisas com mangas curtas - e me sentava na calçada que rodeava toda a frente da minha casa e, descalço, colocava os pés na grama. Dali eu olhava para a rua cheia de pessoas felizes e entusiasmadas andando sempre em grupos e com ares de que estavam fazendo algo que as deixava iluminadas e, ao mesmo tempo, me entristecia. Eram cheias de si, cheias de vontade de viver. Riam, gritavam, estavam de mãos dadas, eram amigas, eram namorados, eram irmãos, eram felizes. Eu pensava no meu futuro, eu pensava se algum dia sairia na rua sem camiseta, de mãos dadas, rindo do nada e despreocupado com o Sol ou a poeira da rua que era tão imensa quanto os sorrisos estampados naquelas caras. Eu pensava que, talvez, por algum motivo, eu nao tinha sido escolhido por Deus para estar ali em meio a eles e que, provavelmente, jamais conseguiria me juntar a essa multidão que por vezes pensei que existia apenas por um intuito: me fazer ver o quanto eu era triste.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b> Por outro lado, o frio das lajotas da calçada na minhas pernas e as cócegas da grama nos meus pés me causavam uma leve e boa sensação de aconchego e acolhimento. Era, de fato, a única coisa realmente boa de sentir naqueles dias; a única coisa que valia a pena em meio àquele calor tropical poeirento e bufante e àquelas pessoas imensamente felizes, suadas e diferentes de qualquer coisa que eu poderia pensar em ser.<br />
<br />
</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>Agora, tanto tempo depois, eu sinto medo. Sempre que setembro chega na 2ª quinzena e o calor começa a fritar as pessoas, eu peço a Deus que o Sol nao me entristeça como naquelas tardes, porque aqui onde estou nao encontro grama e acredito que poderá ser o meu fim se a poeira, as pessoas e o calor se unirem mais uma vez contra a minha solidão.<br />
</b></span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b><br />
</b></span></div>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-73458835618617458762011-09-01T03:59:00.001-07:002011-09-01T04:00:23.435-07:00O Preço da Honra<span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">As coisas que mais ocorrem na vida e são tidas pelos homens como o supremo bem resumem-se, ao que se pode depreender das suas obras, nestas três: as riquezas, as honras e a concupiscência. Por elas a mente se vê tão distraída que de modo algum poderá pensar em qualquer outro bem. Realmente, no que tange à concupiscência, o espírito fica por ela de tal maneira possuído como se repousasse num bem, tornando-se de todo impossibilitado de pensar em outra coisa; mas, após a sua fruição, segue-se a maior das tristezas, a qual, se não suspende a mente, pelo menos a perturba e a embota. Também procurando as honras e a riqueza, não pouco a mente se distrai, mormente quando são buscadas apenas por si mesmas, porque então serão tidas como o sumo bem. Pela honra, porém, muito mais ainda fica distraída a mente, pois sempre se supõe ser um bem por si e como que o fim último, ao qual tudo se dirige.</span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></div><span class="Apple-style-span" style="background-color: black; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Além do mais, nestas últimas coisas não aparece, como na concupiscência, o arrependimento. Pelo contrário, quanto mais qualquer delas se possuir, mais aumentará a alegria e consequentemente sempre mais somos incitados a aumentá-las. Se, porém, nos virmos frustrados alguma vez nessa esperança, surge uma extrema tristeza. Por último, a honra representa um grande impedimento pelo facto de precisarmos, para consegui-la, de adaptar a nossa vida à opinião dos outros, a saber, fugindo do que os homens em geral fogem e buscando o que vulgarmente procuram. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Baruch Espinoza, in 'Tratado da Correcção do Intelecto'</span></span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-23329067328293782412011-09-01T03:51:00.000-07:002011-09-01T03:51:52.280-07:00Igualdade não é Identidade<span class="Apple-style-span" style="background-color: black; font-family: georgia; font-size: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Combaterei pelo primado do Homem sobre o indivíduo - como do universal sobre o particular. Creio que o culto do universal exalta e liga as riquezas particulares - e funda a única ordem verdadeira, que é a da vida. Uma árvore está em ordem, apesar das raízes que diferem dos ramos. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Creio que o culto do particular só leva à morte - porque funda a ordem na semelhança. Confunde a unidade do Ser com a identidade das suas partes. E devasta a catedral para alinhar pedras. Combaterei, pois, todo aquele que pretenda impor um costume particular aos outros costumes, um povo aos outros povos, uma raça às outras raças, um pensamento aos outros pensamentos. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Creio que o primado do Homem fundamenta a única Igualdade e a única Liberdade que têm significado. Creio na Igualdade dos direitos do Homem através de cada indivíduo. E creio que a única liberdade é a da ascensão do homem. Igualdade não é Identidade. A Liberdade não é a exaltação do indivíduo contra o Homem. Combaterei todo aquele que pretenda submeter a um indivíduo - ou a uma massa de indivíduos - a liberdade do Homem.</span></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></div><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Creio que a minha civilização denomina «Caridade» o sacrifício consentido ao Homem para que este estabeleça o seu reino. A caridade é dádiva ao Homem, através da mediocridade do indivíduo. É ela que funda o Homem. Combaterei todo aquele que, pretendendo que a minha caridade honre a mediocridade, renegue o Homem e, assim, aprisione o indivíduo numa mediocridade definitiva. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Combaterei pelo Homem. Contra os seus inimigos. Mas também contra mim mesmo. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: georgia; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Antoine de Saint-Exupéry, in 'Piloto de Guerra'</span></span><br />
Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-29656191006234103392011-09-01T03:44:00.000-07:002011-09-01T03:44:10.608-07:00O Engano da Bondade - Pablo Neruda<span class="Apple-style-span" style="background-color: #fff6e5;"><span class="conteudo" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; height: auto; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 15px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; position: relative; width: 400px;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Endureçamos a bondade, amigos. Ela também é bondosa, a cutilada que faz saltar a roedura e os bichos: também é bondosa a chama nas selvas incendiadas para que os arados bondosos fendam a terra. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Endureçamos a nossa bondade, amigos. Já não há pusilânime de olhos aguados e palavras brandas, já não há cretino de intenção subterrânea e gesto condescendente que não leve a bondade, por vós outorgada, como uma porta fechada a toda a penetração do nosso exame. Reparai que necessitamos que se chamem bons aos de coração recto, e aos não flexíveis e submissos. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Reparai que a palavra se vai tornando acolhedora das mais vis cumplicidades, e confessai que a bondade das vossas palavras foi sempre - ou quase sempre - mentirosa. Alguma vez temos de deixar de mentir, porque, no fim de contas, só de nós dependemos, e mortificamo-nos constantemente a sós com a nossa falsidade, vivendo assim encerrados em nós próprios entre as paredes da nossa estuta estupidez. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Os bons serão os que mais depressa se libertarem desta mentira pavorosa e souberem dizer a sua bondade endurecida contra todo aquele que a merecer. Bondade que se move, não com alguém, mas contra alguém. Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reinvindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra. <br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">in "Nasci para Nascer"</span></span></span></span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-76317849591771720192011-08-31T05:09:00.000-07:002011-08-31T05:09:27.743-07:00David Bowie - Starman<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/muMcWMKPEWQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-84212594734629916142011-08-31T04:43:00.001-07:002011-08-31T04:56:29.777-07:00Marche Aux Flambeaux - CRUZ DE SOUZA<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;"><b><i></i></b></span><br />
<h3 style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: arial; font-size: 12pt; line-height: 50px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: left;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; font-style: normal; line-height: normal;"><h3 style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: arial; font-size: 12pt; line-height: 50px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: left;">I</h3><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Rompe na aurora o sol que a terra esbofeteia<br />
Com látegos de chama, iriando o pó e a areia,<br />
Iriando os vegetais de ricas pedrarias,<br />
Dos rubis e cristais das ourivesarias;<br />
Aurora acesa em cor de púrpura de cravos<br />
Opulentos, febris, ensanguinados, bravos;<br />
De ritmos leves de harpa e frêmitos e beijos<br />
Que são da natureza os trêmulos arpejos;<br />
Aurora que sorri, que traz pomposamente<br />
Todo o raro esplendor da luz resplandecente,<br />
Das paisagens louçãs no fúlgido matiz<br />
O aroma a derramar da meiga flor de lis.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Na alegria dos tons os pássaros cantando<br />
Vão as asas abrindo, entre os clarões ruflando,<br />
Asas emocionais, que assim dentre clarões<br />
Palpitam num fervor de alados corações.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E no luxo oriental de etéreo Grão-Mogol<br />
Como um Baco feliz rubro flameja o sol.</div><h3 style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: arial; font-size: 12pt; line-height: 50px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: left;">II</h3><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Filósofos titãs, filósofos insanos<br />
Que destes turbilhões, que destes oceanos<br />
De lutas e paixões, de sonho e pensamentos<br />
Espalhastes no mundo aos clamorosos ventos<br />
A Ciência fatal, talvez como um veneno,<br />
Que os tempos abalou no caminhar sereno;<br />
Filósofos titãs, que os séculos austeros<br />
No flanco da Matéria abris, graves, severos,<br />
Sobre o escombro da fé, da crença e da esperança,<br />
Da civilização o trilho que hoje alcança<br />
No seu aço viril as regiões supremas,<br />
Traçado em novas leis, doutrinas e problemas;<br />
Vós que sois no Saber os monges da existência<br />
E só acreditais na força da Ciência,<br />
Que da morte sabeis os filtros invisíveis,<br />
Narcóticos, sutis, incógnitos, terríveis,<br />
Não sabeis, entretanto, apóstolos sombrios,<br />
Como à luz da Ciência os homens estão frios,<br />
Como tudo ficou num doloroso caos<br />
E os seres que eram bons, rudes, egoístas, maus.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Em vão! em vão! em vão! os vossos largos crânios<br />
Lutaram pelo Bem dos Bens contemporâneos!<br />
Tudo está corrompido e até mais imperfeito...</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Não há um lírio são a florescer num peito,<br />
De piedade, de amor e de misericórdia...</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Se brota uma virtude o ascoso vício morde-a,<br />
Envilece, corrompe e abate essa virtude<br />
Com o cinismo revel dum epigrama rude...</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E até muita alma vil, feroz, patibular,<br />
Impunemente sobe ao mais sagrado altar.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Por isso vão passar perante a turbamulta<br />
Como abrupta avalanche, enorme catapulta,<br />
Numa marche aux flambeaux, os famulentos vícios<br />
Que cavaram no globo horrendos precipícios,<br />
Os vícios imortais, que infestam tribos, greis,<br />
Povos e gerações, seitas, templos e reis<br />
E que são como a lava obscura da cratera<br />
Que subterraneamente em tudo se invetera.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Com toda intrepidez hercúlea de acrobata<br />
Vou sobre eles soltar, gloriosa, intemerata,<br />
A sátira que tem esporas de galhardo<br />
Cavaleiro ideal que joga a lança e o dardo.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Vou com esse altanado e muscular esforço<br />
De quem galga triunfal o soberano dorso,<br />
A crista vigorosa, altiva, sobranceira,<br />
Da mais agigantada e vasta cordilheira.</div><h3 style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: arial; font-size: 12pt; line-height: 50px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: left;">III</h3><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Lobos, tigres, chacais, camelos, elefantes,<br />
Hipopótamos, ursos e rinocerontes,<br />
Leopardos e leões, panteras acirrantes,<br />
Hienas do furor, membrudos mastodontes,<br />
Tredas feras do mal, soturnos dromedários,<br />
Serpentes colossais que rastejais na treva,<br />
Monstros, monstros cruéis, medonhos, sangüinários,<br />
Cuja pata esmagante a presa aos antros leva;<br />
Ó ventrudos judeus, opíparos, obesos,<br />
De consciência obtusa, ignóbil e caolha<br />
Que no mundo passais grotescamente tesos<br />
Com honras de entremez e grandezas de rolha;<br />
Gafentos histriões, ridículos da moda,<br />
Que fingis entender Berlim, Londres, Paris,<br />
Mas nos altos salões, por entre a fina roda,<br />
Meteis sordidamente o dedo no nariz;<br />
Brasonados truões, inúteis como eunuco,<br />
Que as pompas ostentais de aurífero nababo<br />
Mas apenas valeis como um limão sem suco,<br />
Tendes rabo no corpo e dentro d'alma rabo;<br />
Nobres de papelão, milionários vândalos<br />
De ventre confortado e rosto rubicundo,<br />
Que no torvo cancã, no cancã dos escândalos<br />
Sois o horrendo espantalho, a ignomínia do mundo;<br />
Ó deuses do milhão, ó deuses da barriga,<br />
Que sentindo a aguilhada intensa da luxúria<br />
Buscais a mais em flor e linda rapariga<br />
Para então vos fartar na luxuriante fúria;<br />
Gamenhos de toilette e convicções de lama<br />
Onde tudo afinal se atola e se chafurda,<br />
Que do clube e do sport sintetizais a fama<br />
Mas tendes para o Bem a fibra sempre surda;<br />
Palhaços, clowns senis, hediondos borrachos<br />
Que aos trambolhões urrais afora no universo,<br />
Desdenhando de tudo e até rindo dos fachos,<br />
Do clarão do saber em toda a parte imerso;<br />
Almas negras, servis, d’ergástulos caóticos,<br />
Gerado no paul das lúgubres voragens,<br />
Do crime nos bulcões, nos vícios mais despóticos<br />
Aos quais tanto rendeis eternas homenagens,<br />
Manequins, charlatães, devassos do bom-tom,<br />
Que viveis nas Babéis das grandes capitais<br />
Apodrecendo sempre infamemente com<br />
O cancro do dinheiro as forças virginais;<br />
Mascarados tafuis de gordos ventres de ouro,<br />
Ó bonzos do deboche e cínicos esgares,<br />
Que sois o único sol esterlinado e louro<br />
Das parvas multidões, das multidões alvares;<br />
Fidalgos de barril, sicofantas, malandros<br />
Do templo e do bordel, da crápula de harém<br />
Que ao puro mar do Ideal, com torpes escafandros,<br />
Arrancais, p'ra vender, a pérola do Bem;<br />
Ó trânsfugas, ladrões que difamais a terra,<br />
Que tudo poluís, do próprio lodo à flor,<br />
À serena humildade, intrepidez da guerra.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Aos beijos maternais, ao nupcial amor;<br />
Espíritos de treva, espíritos de barro<br />
Que enegreceis de horror o sangue das papoulas<br />
E das ostentações vos aclamais no carro,<br />
Cobertos de cetins, arminho e lantejoulas;<br />
Que se vem de repente o Nada sepulcral<br />
Nunca deixais, sequer, no tétrico leilão,<br />
No leilão da memória, estranho, universal,<br />
Nem um som a vibrar do estéril coração!<br />
Dentre feras brutais de ríspidos penhascos<br />
E a torrente caudal de rijos versos francos<br />
E a zombaria e o riso e as sátiras e os chascos,<br />
Nesta marche aux flambeaux ides passar, aos trancos!<br />
Do mundo os naturais, zoológicos museus<br />
Despejem para fora as pavorosas massas,<br />
Para virem reunir-se aos tábidos judeus<br />
Irromper e seguir e desfilar nas praças.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Que a cada mata, a entranha, o seio virgem se abra<br />
Jorrando tigres, leões, panteras do seu centro<br />
E na dança infernal, estrupida, macabra,<br />
Siga a marche aux flambeaux pelo universo a dentro.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Gargalhadas abri a rubra flor sangrenta<br />
Da humanidade vã na amargurada boca,<br />
Vai agora passar a marcha truculenta<br />
Sob o espingardear duma ironia louca.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E desfila e desfila em becos e vielas<br />
E torna a desfilar por vielas e por becos,<br />
Às risadas da turba, estultas e amarelas<br />
Que têm o áspero som de gonzos perros, secos...</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E desfila e desfila, estrídula e execranda,<br />
Das praças na amplidão, rugindo em mar desfila,<br />
Enquanto além dardeja, heróica e formidanda,<br />
A metralha do sol que rútilo fuzila...</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E mastodontes vão de braço dado a sérios<br />
Burgueses que já são bem bons comendadores<br />
E marqueses de truz, com ares de mistérios,<br />
De lunetas gentis e aspectos sonhadores<br />
Dão o braço fidalgo e airoso das nobrezas<br />
Aos ursos boreais, enquanto os conselheiros,<br />
Os condes, os barões, os duques e as altezas<br />
Lá vão de braço dado aos lobos carniceiros.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E nessa singular, atroz promiscuidade,<br />
Animais e truões de catadura suína,<br />
Gordalhudos heróis da infâmia e da maldade,<br />
Vendidos da honradez, velhacos de batina<br />
Bobos, cães, imbecis, humanos crocodilos<br />
E déspotas, jograis, todos os miseráveis<br />
De todas as feições e todos os estilos,<br />
Uns aos outros lá vão jungidos, formidáveis!...</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Mas a marche aux flambeaux derrama um pesadelo,<br />
A agonia dum tigre, em sonhos, sobre um ventre,<br />
Agonia mortal que envolve tudo em gelo...</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E desfila e desfila entre sarcasmos e entre<br />
As sátiras-fuzis, relampejando açoite,<br />
Por essa imensa aurora, estranhamente imensa<br />
Por um sol que angustia e que não tem da noite<br />
Para a Miséria a sombra atenuante e densa.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Os vícios, as paixões, os crimes, ódios e erros,<br />
Na marcha, de roldão, caminham fraternais<br />
Com bandidos, vilões, burgueses rombos, perros<br />
E focas e mastins, macacos e chacais.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Aos sobressaltos vão como visões, fantasmas<br />
Bichos de toda a casta, anões de chapéu alto,<br />
Deixando em convulsão todas as almas pasmas<br />
E o globo num tremendo e fundo sobressalto.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E nas praças, ao sol, confundem-se os bramidos,<br />
Os uivos com a expressão humana misturados,<br />
Através do sussurro e bruscos alaridos<br />
Das chacotas bestiais, dos risos trovejados.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E segue e segue e segue, afora, légua a légua<br />
Essa marche aux flambeaux, ciclópica, estupenda<br />
Caminha atravessando um longo sol sem trégua,<br />
Um dia secular, um dia de legenda;<br />
Caminha atravessando um sol de foco aberto,<br />
Por um dia fatal, interminável, mudo,<br />
O dia do remorso, aterrador, incerto<br />
Que em todo o coração crava um punhal agudo.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">Mas eu quero assim mesmo, eu quero-vos assim,<br />
Em marcha tropical, à crua e ardente luz<br />
Que vos seja uma febre indômita, sem fim,<br />
Um cautério de fogo a vos queimar o pus<br />
Venéreo da Moral, carbonizando-o até<br />
Para que nunca mais se sinta dele a origem<br />
Nem volte, como sempre, então, a ser o que é,<br />
Deixando-vos no mundo inteiramente virgem;<br />
Eu quero-vos assim, de fachos apagados,<br />
Apagados, ao alto, os joviais flambeaux,<br />
Que os tereis de acender nos campos ignorados<br />
Que de sóis de Vingança a Eternidade arou.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 18px; padding-bottom: 6px; padding-left: 6px; padding-right: 6px; padding-top: 6px;">E depois de vagar às sátiras de todos,<br />
Na evidência da luz, numa perpétua aurora;<br />
De caminhar ao sol, por tremedais, por lodos,<br />
No tédio do sarcasmo, o tédio que a devora,<br />
Essa Marcha afinal penetrará aos urros,<br />
Titânica, sinistra e bêbada, irrisória,<br />
Num caos de pontapés, coices, vaias e murros,<br />
Na eterna bacanal ridícula da História.</div></span></i></h3>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-35156667021067218912011-08-31T04:38:00.001-07:002011-09-14T13:38:33.878-07:00???<b>O que é amar?</b><br />
<b>Não estou certo de ter feito isso algum dia.</b><br />
<b>Quero que alguém me conte ou explique como se ama.</b><br />
<b>E se isso está realmente ligado ao verbos:</b><br />
<b>- sofrer;</b><br />
<b>- ousar;</b><br />
<b>- desistir.</b>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-2924170237065468832011-08-23T12:17:00.000-07:002011-08-23T12:17:56.271-07:00Grandes (Pessoa) <b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Grandes são os desertos, e tudo é deserto. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Não são algumas toneladas de pedras ou tijolos ao alto </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Que disfarçam o solo, o tal solo que é tudo. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Grandes são os desertos e as almas desertas e grandes </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Desertas porque não passa por elas senão elas mesmas, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Grandes porque de ali se vê tudo, e tudo morreu. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Grandes são os desertos, minha alma! </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Grandes são os desertos. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Não tirei bilhete para a vida, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Errei a porta do sentimento, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Hoje não me resta, em vésperas de viagem, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Com a mala aberta esperando a arrumação adiada, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Sentado na cadeira em companhia com as camisas que não cabem, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Hoje não me resta (à parte o incômodo de estar assim sentado) </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Senão saber isto: </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Grandes são os desertos, e tudo é deserto. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Grande é a vida, e não vale a pena haver vida, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Arrumo melhor a mala com os olhos de pensar em arrumar </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Que com arrumação das mãos factícias (e creio que digo bem) </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Acendo o cigarro para adiar a viagem, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Para adiar todas as viagens. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Para adiar o universo inteiro. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Volta amanhã, realidade! </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Basta por hoje, gentes! </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Adia-te, presente absoluto! </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Mais vale não ser que ser assim. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Comprem chocolates à criança a quem sucedi por erro, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> E tirem a tabuleta porque amanhã é infinito. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Mas tenho que arrumar mala, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Tenho por força que arrumar a mala, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> A mala. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Não posso levar as camisas na hipótese e a mala na razão. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Sim, toda a vida tenho tido que arrumar a mala. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Mas também, toda a vida, tenho ficado sentado sobre o canto das camisas empilhadas, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> A ruminar, como um boi que não chegou a Ápis, destino. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Tenho que arrumar a mala de ser. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Tenho que existir a arrumar malas. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> A cinza do cigarro cai sobre a camisa de cima do monte. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Olho para o lado, verifico que estou a dormir. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Sei só que tenho que arrumar a mala, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> E que os desertos são grandes e tudo é deserto, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> E qualquer parábola a respeito disto, mas dessa é que já me esqueci. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Ergo-me de repente todos os Césares. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Vou definitivamente arrumar a mala. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Arre, hei de arrumá-la e fechá-la; </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Hei de vê-la levar de aqui, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Hei de existir independentemente dela. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Grandes são os desertos e tudo é deserto, </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Salvo erro, naturalmente. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Pobre da alma humana com oásis só no deserto ao lado! </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Mais vale arrumar a mala. </span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Fim.</span></b><br />
Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-75746448130754922362011-08-23T06:13:00.001-07:002011-09-14T13:40:55.992-07:00Um arrepio, um medo, uma certeza.<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i style="background-color: red;">A frase abaixo de John Donne me causa os mais profundos sentimentos do bem e a crença de que ha muito mais vida do que podemos enxergar. Por outro lado, apesar de nao conseguirmos ver com os olhos, é certo que podemos ver e sentir com o coração.</i></span></b><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><br />
</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><br />
</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>“No man is na island, entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if promontory were, as well as if a manor of thy friend’s or of thine own were. Any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind; and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee”.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><br />
</b></span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8653810970805079409.post-88398100731502657852011-08-19T05:42:00.000-07:002011-08-19T05:44:14.682-07:00Que venha, que chegue hoje e seja derradeiro.<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Eu quero chuva ou Sol</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Eu quero o doce ou o amargo</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Eu quero ser o certo ou ser o errado</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Eu quero o futuro ou o passado</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Eu quero o verde ou o maduro</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Eu quero tudo ou nada</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>A vida ou a morte</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>O recém construído ou as ruínas</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Fragmentos, pedaços, migalhas, estou cansado.</b></span>Amor & Lobotomiahttp://www.blogger.com/profile/02031361596635552407noreply@blogger.com0