quinta-feira, 14 de julho de 2011

Do alto, a queda é sempre maior.

Nós dois sentados no balanço estávamos lindos. O vento nos deixava felizes e nada mais importava. Fomos longe. Chegamos num ponto em que dali para frente ou seríamos apenas um, ou destruiríamos um ao outro. Optamos pelo seu apartamento quebrado e pelo meu rosto ensanguentado. Descobrimos mais: o que no passado parecia um presente promissor jamais teria um futuro como sonhávamos. Nunca chegamos a nos conhecer. Admirei em você pequenas frases, gestos sutis. Você admirou em mim pequenas frases, gestos sutis. Fui levado pelo medo que eu sentia de te conhecer. Você foi levado pelo medo que sentia de me conhecer. Fomos idiotas ao tirar conclusões a partir de superficialidades sem arriscar. Em certa altura do balanço, num desses segundos que mudam o resto da vida de uma pessoa, nos olhamos e nos descobrimos. Não éramos tão bons quanto parecíamos. A queda foi dura. O estrago maior ainda. De repente o que parecia bonito, ao ser analisado com profundidade, era obscuro e causava medo.  Não poderíamos jamais nos tornar a mesma coisa; ser um. Éramos grandes em nossos egos e ninguém estava disposto a mudar.
Hoje, depois de saber que chegamos ao limite (e que ele é horrível), sei que odiamos as misérias um do outro mais que tudo.
Lembrei de uma frase que decorei há pelo menos 8 anos atrás. Sempre gostei dela. Hoje ela se encaixa no nosso fim:
“Nós, seremos humanos, não ferimos àqueles que nos são indiferentes. Mas sim àqueles que sacodem as fibras mais íntimas do nosso coração”.
Ao menos, na turbulência, ultrapassamos a barreira do superficial. Não foi para o bem, mas ultrapassamos.

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